Um desabafo, uma tristeza… o Rio de Janeiro!

Estou há um tempinho afastada daqui, eu sei! E não, não é falta de tempo ou de inspiração! É porque toda vez que eu paro para escrever, a minha inspiração é tomada por um determinado assunto que eu já até escrevi aqui no blog algumas vezes: a violência que toma conta do Rio de Janeiro!

Sempre tomou, mas que ultimamente vem fazendo as pessoas de bem de refém e deixando os bandidos livres…

Um desabafo, uma tristeza… o Rio de Janeiro!

E então que eu resolvi falar sobre o assunto pra ver se me libera para voltar a escrever. Não queria colocar isso aqui porque é um assunto pesado e que eu me revolto demais escrevendo, mas… quantos eu já não publiquei assim, né? E essa é uma triste realidade que nós cariocas estamos vivendo há um tempo e que meu coração vem sofrendo bastante! Aliás, venho sofrendo como nunca com essa situação absurda!

Todos devem estar acompanhando essa onde insana de violência que o Rio vem sofrendo, os assaltos sem hora, as facadas que levam à morte, a insegurança que toma conta de nossas vidas sem que possamos fazer nada! Eu mesma já fui vítima duas vezes de assaltos no Centro da Cidade, mas mesmo assim ainda andava de boa, sempre me preocupando em estar atenta. Hoje em dia essa situação mudou porque agora a gente não tem medo somente de ser assaltada, mas de morrer! Sim, morrer sem nem ter a chance de “lutar”. Antes comentávamos o fato desses marginais terem nos levado coisas materiais. Hoje choramos o fato deles estarem levando nosso bem mais precioso: a vida! Hoje eles atiram, batem, dão facadas antes mesmo de te assaltar! É só acompanhar os noticiários para ver que eles já chegam agredindo! E agora a faca “virou moda”, pois, além de serem menores assaltando (que sabem que nada vai acontecer com eles!), eles usam facas que não são armas de fogo e, portanto, nada também irá acontecer!

Sério, está cada dia mais nojento viver aqui. De cidade maravilhosa isso aqui não tem nada! Só acha que isso aqui é ótimo quem não vive aqui: ou não vive por não viver mesmo, ser de outro lugar ou não vive porque vive num mundo cor de rosa e acha que tudo é uma maravilha! Viver no Rio de Janeiro é praticamente brincar de campo minado! Eu tenho medo de andar pelas ruas, eu tenho medo de sair à noite. Infelizmente perdemos aquela referência de que tal lugar é perigoso… sair de casa virou um perigo, seja para ir até a esquina comprar pão. Eu vivo sobressaltada.

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Eu não ando com mais nada em mim: cordão, pulseira, brincos, relógio. Tiro tudo e coloco quando chego ao meu local de destino. Ou às vezes nem levo. Fico sem nada mesmo! Comprei milhares de lenços e cachecóis e ando pra cima e pra baixo com eles para evitar que vejam qualquer adereço meu! Esteja frio ou calor! Conclusão: virei refém do medo! Virei uma prisioneira enquanto os bandidos vivem à solta! E não, não adianta me dizer que não posso viver assim: isso não é uma escolha minha, não fui eu que pedi pra morar assim e viver assim. Essa é a realidade que eu vivo dia após dia, com milhares de pessoas ao meu redor sendo agredidas e mortas por causa dessa violência desenfreada e absurda!

E sim, eu culpo todo mundo! Não sou daquelas hipócritas que culpam só o governo, embora eu ache que eles têm uma grande parcela de culpa! Eu acho que todos têm! Esses marginais desgraçados existem porque existe quem financia o crime e tráfego. As pessoas reclamam, mas compram coisas falsificadas, defendem essa parte podre da população, sempre acham um motivo para justificar o cara estar ali, financiam o crime subindo os morros para comprar drogas… e o mais importante, reclamam mas na hora das eleições não fazem nada para mudar e mantêm essa corja toda no poder por mais anos e anos para continuarem nos fazendo de otários e acabando com a nossa paz!

Todos são culpados! UPP? Só para Inglês ver! Todas as pessoas com que eu converso e que vivem nas realidades das comunidades afirmam categoricamente que não adiantou de nada e que a marginalidade ainda mora lá, corrompendo os policiais que estão nas favelas. Eu jurei que isso ia dar certo! Eu achei que a marginalidade tinha mesmo diminuído. Mas é só você conversar com meia dúzia de pessoas que moram lá para ver que nada mudou. É só assistir aos noticiários e ler os jornais para ver que nada mudou. É só você viver aqui (sobreviver aqui!) para ver que nada mudou! Eu sou muito a favor de: Roubou? Corta a mão! Estuprou? Corta o pinto! Matou? Morre! Tenho certeza de que algo mudaria por aqui…

Sinto-me presa em casa. Sinto-me prisioneira na guerra. Sinto-me refém de quem deveria estar atrás das grades! Mas o que vemos hoje? Crianças assaltando com o mesmo poder de maldade e crueldade de um adulto… crianças matando com o mesmo requinte de frieza e “sabedoria” de um adulto… mas que simplesmente não vão presas porque “são de menor”. Policiais que se sentem impotentes diante desses malditos, pois se eles ainda forem mais rudes e agressivos, são condenados pela lei e por uma parcela hipócrita da população que acha que são “crianças sem oportunidade”.

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Sem oportunidade? Ahhhhhhhhhhh faça-me o favor! Poderia citar aqui milhares e milhares e dezenas e centenas de casos de pessoas sem oportunidade que deram a volta por cima e cavaram suas oportunidades… não viraram marginais e delinquentes de uma hora pra outra! E isso sem contar com os tais dos “direitos humanos” que só se mostram presentes na hora de defender essa raça maldita que leva vidas inocentes todos os dias!

Não vemos uma reportagem dos direitos humanos defendendo a família dos ciclistas que foram esfaqueados na Lagoa Rodrigo de Freitas ou defendendo a família do jovem que foi morto em Botafogo, perto da Universidade ou defendendo a família do jovem que foi esfaqueado dentro da estação do BRT sendo assaltado por dois pivetes que queriam seu celular ou defendendo as pessoas que são esfaqueadas todos os dias em pontos de ônibus porque simplesmente estavam querendo voltar pra casa depois de um dia de trabalho e sofreram essa violência por nada, só porque o bandido queria um celular ou um relógio ou qualquer coisa. A gente só vê os direitos humanos lutando por quem não é um humano direito! Valores invertidos, virados de cabeça pra baixo. Na verdade, sem pé nem cabeça!

Reportagens mostrando os menores sendo presos e os demais na porta da delegacia esperando eles serem soltos e falando: “Vamos esperar porque é de menor e não pode ficar preso!” (valores totalmente invertidos!). Policiais dando depoimento dizendo que pegaram esses menores roubando bolsas na Lapa e quando foram pegos e foram devolver às vítimas, ainda foram recriminados pelas vítimas pois são “crianças sem oportunidade!” (hipocrisia demais pra mim!).

Delinquentes que esfaquearam um rapaz na Lagoa e quando ele levantou para pedir ajuda, voltaram, enfiaram a faca novamente e começaram a dizer: “Você ainda está vivo? Você vai morrer pra aprender!” – enquanto rodava a faca dentro do corpo do rapaz! (violência desenfreada e desnecessária). É muita crueldade para achar que isso é normal. É muita crueldade para achar que são menores! Fazem tanto quanto ou pior que um adulto. Diminuição da maioridade penal? Tinha que ser uma punição só, independente da idade! Está assaltando e matando como qualquer um? Vai preso como qualquer um!

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É por isso que digo e repito que só acha maravilhoso viver no Rio de Janeiro quem não vive no Rio de Janeiro! Se isso existe em milhares de lugares? Claro que existe! Mas essa é a minha realidade (minha triste realidade!) e é dela que eu tenho que falar! Quem puder, que saia daqui. Quem puder, que leve sua família embora. Quem não estiver aqui, que não venha! Quem puder, que se salve porque viver aqui está mais difícil do que qualquer um possa imaginar!

Fico triste de viver assim e ter esse tipo de relato para passar do lugar onde eu moro. Mas não sou alienada e preciso colocar pra fora essa angústia que tem tomado conta dos meus dias – e de muitos outros cariocas que conheço! Trocaria toda essa paisagem, essas praias, esse carnaval e futebol por um lugar seguro onde eu pudesse andar em paz, onde eu não tivesse dúvida se quero ou não colocar um filho no mundo, onde eu pudesse me orgulhar em dizer que moro no lugar tal! Isso ainda é um sonho pra mim e que eu ainda não desisti dele!

Quem sabe um dia isso se torne realidade. Quem sabe um dia eu possa dar adeus a toda essa violência. Quem sabe um dia eu possa ler isso aqui e dizer: “Quem bom que essa não é mais a minha realidade! Estou livre!”. É o que eu desejo a todos: paz! Não sei se aqui isso será possível, pois não tenho muita esperança de que isso aqui possa mudar… mas que todos encontrem a paz que procuram, mesmo que seja fugindo para um lugar melhor… porque esse aqui não dá mais! Só mesmo com muita oração para que Deus nos proteja em nosso trajeto e que possamos sair de casa e retornar com vida, saúde e paz!